Histórias e estórias contadas nos botecos, mercearias, barbearias,
portas de igrejas, cantos, esquinas e praças de nossa cidade
verdadeira zoação, daqueles pé-sujo de respeito, onde a mesa manca, o copo é
fosco e a cachaça é de primeira! Pra proteger o bar, o homem
fincou umas madeiras na frente da parede, “pra carro não dar
beijo de para-choque no reboco”, como ele mesmo diz.
Mas a verdadeira obra-prima do Zé são os dois murinhos de
uns 50 centímetros que ele fez bem nas portas do boteco.
Segundo ele, é pra não entrar água da enxurrada quando
chove. Só que, na prática, viraram armadilha pra freguês!
O sujeito entra no boteco numa boa, sem esforço nenhum.
Agora… na hora de sair, depois de umas e outras, levantar perna pra passar o murinho é que são elas! Tem cabra que tropeça, tem cabra que volta pra dentro, e tem aqueles que decidem “tomar só mais uma” pra ganhar coragem.
O povo da rua comenta que Zé Felício inventou esse negócio só pra segurar o freguês. Ele nega, mas o sorriso dele no canto da boca entrega o segredo: quem entra ali pra beber, sai só quando a perna deixar.
Pescador Tino Capivara
O Tino sempre foi o maior contador de vantagem da beira do rio. Um dia voltou da pescaria contando: — Ô sò Carlos, peguei um peixe tão grande, mas tão grande… que até a máquina de tirá foto do sô Zé da Farmácia ficou pesada!
Carlos duvidando perguntou:
— E cadê a prova, Tino?
Ele puxou do bolso a foto toda orgulhoso e disse:
— Olha aqui ó! A foto do bicho! Só essa foto já pesou oitocentos gramas!
O pessoal caiu na risada:
— Se a foto já pesa tudo isso, imagina o peixe então!
Outra do Tino que chega da beira do rio e vai pra venda do Geraldo Ildinantes de mãos abanando. Na venda, o pessoal logo perguntou:
— E aí Tino, quantos peixes cê pegô?
Ele suspirou fundo, fez cara de tristeza e abriu os braços de ponta a ponta:
— Rapaz… o peixe que escapô era ''desse tamanho!'' Bastião da Neguinha, rindo:
— Ô Tino, e por que ocê num segurô firme?
— Eu até tentei… mas meus braço num é comprido o bastante pra abraçá o bicho!
Miguel entrou gaguejando na mercearia do Gavião e disse:
— Me vê uma ce... ce... ce ...ce ...ce ...ce...
Gavião já abriu e trouxe a garrafa de cerveja.
E ele:
— Nãaaao Gavião ! Eu queria ce... ce... ce... cebolinha!
de olho na viúva, Dona Melina.
Reidner ''encomendava'' o corpo fazendo orações.
Eis que, no meio da reza, entra uma segunda mulher chorando:
— Ai, Chico, meu bem! Quem vai me visitar agora nas quartas-feiras?
A viúva Dona Melina arregalou o olho. O povo já se cutucava.
Quando pensaram que tinha acabado, apareceu outra, com duas crianças:
— Esses aqui são teus filhos, Chiquin!
Foi um Deus nos acuda. Um tal de mulher desmaiar, criança gritar, viúva
querendo bater. Reidner parou a reza pedindo calma.
E no fundo, um grupo comentava:
— Olha, esse defunto aí vale mais morto do que vivo…
nunca vi velório tão animado!
Frases de farialemenses:
“Casamento é igual garrafa de pinga: no começo arde, depois acostuma, no fim dá dor de cabeça.”
(Cabo Orizon)
Ontem bebi só duas pingas e já vi o futuro. Vi que hoje ia beber de novo… e não é que acertei?”
(Ioná)
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